segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O primeiro longa feito totalmente em 3D foi brasileiro! Cassiopéia


O longa metragem brasileiro Cassiopéia foi lançado em 1996 e custou aproximadamente 1,5 milhão de dólares. No entanto, ele começou a ser produzido em 1992 por Clóvis Vieira, que utilizou 17 microcomputadores 486 DX2-66 (sim, aqueles computadores pessoais, que não eram ainda comuns nos lares brasileiros, e ainda eram lentos demais). Foi por lentidão dos computadores e por falta de dinheiro que Clóvis demorou quatro anos para terminar seu filme inteiramente feito em computador. No entanto, em 1996 uma grande produtora americana fez um longa metragem com muito dinheiro e utilizando 117 estações de trabalho “Sun”, extremamente mais rápidas que um simples 486 (curiosamente, 100 a mais que Clóvis usou): estamos falando da Disney e seu primeiro Toy Story, que custou cerca de 30 milhões de dólares e faturou 200 milhões somente nos EUA.
Foi diante de circunstâncias injustas que a Disney anunciou ter feito o primeiro filme totalmente em computador… quando na verdade o título poderia muito bem ir à NDR Filmes, produtora de Cassiopéia: afinal, a Disney usou modelos em argila para montar os personagens, o que tiraria-lhe o título de feito totalmente em computador.
O filme Cassiopéia foi exibido pela primeira vez às 10 horas e 30 minutos do dia 1º de Abril de 1996 no Cine Iguatemi, em São Paulo, para pesquisadores e a imprensa; e mais tarde, às 22 horas, para 700 convidados no Cine Liberty, na capital paulista. A primeira exibição para crianças foi em 16 de Abril, na cidade de Curitiba.
O ator Osmar Prado faz a voz de Leonardo, o protagonista. As outras vozes do filme foram feitas por dubladores conhecidos pelos fãs de desenhos japoneses, como Hermes Barolli, Cassius Romero e Marcello Campos.
O filme conta a história de quatro seres (robôs meio humanóides) que tentam salvar um pequeno planeta do maligno Shadowseat. Tudo acontece na constelação de Cassiopéia, próxima
O filme não fez muito sucesso (e muito menos se compararmos com a super produção da qual foi “concorrente”), mas dá um alento de orgulho aos brasileiros por ter sido o pioneiro da animação virtual. É como se Clóvis Vieira e a NDR Filmes fossem os “Santos Dumont do cinema brasileiro”: afinal, nós brasileiros o consideramos o inventor do avião enquanto boa parte do mundo considera que os irmãos Wright (americanos, claro!) inventaram a máquina de voar, quando na verdade o que criaram não levantou vôo por pulsão própria, e sim por meio de uma alavanca.
Talvez aquilo que Dumont não usou seja exatamente do que a animação nacional precisa: uma alavanca.
Quer saber mais? Veja abaixo os 4 vídeos do Making Of de Cassiopéia.



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